segunda-feira, 29 de junho de 2009

Mihael Jackson - uma homenagem?

Pois é minha gente... Michael Jackson morreu!
Não tenho ídolos, nem acredito muito neles. Sou um pouco "duvidosa" da morte. Do tipo: demoro a acreditar no que aconteceu.
E como MICHAEL JACKSON é uma personalidade, não podemos negar, sinceramente, ainda não acredito que ele morreu.
Mas... neste "auê" todo, sabe o que mais me incomoda? - A falsidade da mídia.
É, realmente, a imprensa é interesseira. Não se preocupa em ser contraditória. Joga no time de quem tá ganhando, fala daquilo que lhe interessa. Não se preocupa com o sentimento do outro, nem de quem eles falam nem do tal telespectador, que lhe dá tanto dinheiro (e audiência).
Falaram "mal" até do tal Michael Jackson, com acusações de pedofilia que, por causa da tal mídia, "deixaram claro" que o coitado era pedófilo. Agora, coitadinho... ele só gostava da companhia de crianças e ai de quem o acusar de pedofilia. Meu Deus! Fico tonta com tantas contradições. A gente não tem tempo nem de formar opinião. E nem condições. Afinal, as únicas informações que temos são partes de uma verdade (ou não) passadas pela própria mídia!
Documentários sobre Michael Jackson? Em todos os canais, em todos os programas, em todos os blocos. Por que não fizeram uma homenagem enquanto ele estava vivo? Por que não homenagearam a atitude dele de fazer shows após 10 anos?

Brasileiro gosta de tragédia. Tudo que tem sangue e dor fica melhor para nós. Não gostamos de boas notícias. Não vibramos por coisas boas. Até nas boas, vemos o lado negativo primeiro. Do tipo: se o Brasil ganhou dos EUA, bem feito pros EUA que perdeu e não Parabéns ao Brasil que ganhou.
Somos totalmente responsáveis por esta mídia cada vez mais louca e interessada apenas no que lhes convém. Somos responsáveis por não termos boas notícias nem bons acontecimentos.
Assim é tudo!
Estes dias, conversando com uma amiga... tínhamos tantas coisas boas para falar e de repente, o assunto: "menina, vocÊ viu o tanto de tragédia que teve ontem? Meu vizinho atropelou e matou um cara. Na esquina da minha casa teve um acidente que a mulher amputou a perna, etc etc etc." E só coisas ruins!
É assim! Procuramos os problemas alheios para esquecer nossas próprias tristezas. Ou nos confortamos: estamos passando por dificuldades mas... e o Fulano? Está bem pior que eu!

Enquanto isso... eu estou melhor que você! Que notícia boa! E procurando entender porque sempre homenageamos a pessoa depois da morte e não enquanto está viva, porque não a defendemos quando ela precisa e não depois que qualquer coisa que acontecer não faz diferença...
Boa semana!!!!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diploma de jornalista descartado? Meu Deus!!!!

Ontem votaram contra a exigência do diploma de jornalismo para exercer a profissão! Sou jornalista formada. Não trabalho na área propriamente dita, mas trabalho num veículo de comunicação. Alguém pode me dizer que absurdo é esse?
Quem viu a matéria da Globo e prestou atenção nas justificativas dos nossos digníssimos deputados, ficou como eu: rindo da cara deles!
Vamos aos tópicos:
"O JORNALISTA É MAIS UM ARTISTA DO QUE UM PROFISSIONAL." - Para quem? Que arte é essa? Se não se tem a técnica, não se escreve um bom texto, a não ser um articulista ou comentarista e olhe lá! Um poesia eu concordo plenamente. Mas um jornalista, que escreve dos fatos rotineiros? Como não se precisa de técnica? Como isso é só arte?
"O QUE UM JORNALISTA PRECISA SABER NÃO É ENSINADO EM FACULDADE" - Nem em lugar nenhum se fosse só o que ele citou como importante para a profissão (ética, honestidade, competência, saber ouvir, discernimento). E se fosse assim, nem um médico precisaria de diploma. Ou médico não precisa ter ética? Ou qualquer outra pessoa no mundo não precisa de ética? Então só jornalistas precisam ser éticos? E o mundo ensina estruturação de texto, gramática, política, montagem de matérias, etc? Ou nascemos todos jornalistas?
"A EXIGÊNCIA DO DIPLOMA VAI COTNRA A LIBERDADE DE IMPRENSA QUE DIZ QUE AS PESSOAS DEVEM SER LIVRES PARA SE EXPRESSAR". - E quem as está proibindo? Será que esqueceram que um meio de comunicação vai além da liberdade de expressão? Será que esqueceram que cada um deles tem um nome a zelar e precisam de PROFISSIONAIS competentes para isso?
Vamos ver no que vai dar.
Acredito na ÉTICA das empresas de comunicação para não contratarem qualquer um e para zelarem o nome que levaram tanto tempo para construirem.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O que é a saudade? Saudade é o amor que fica...

Essa mensagem vale a pena ser lida...

"No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem com suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades. Nós, médicos, somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites! Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim. Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia. Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano!
Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira e com uma lágrima nos olhos dizia: faça, tia, é preciso para eu ficar boa.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
Meu anjo respondeu:
- Tio, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondida nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
- E o que a morte representa para você, minha querida?
-Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é? (Lembrei que minhas filhas, na época com 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
-Vou explicar o que acontece - continuou ela - quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia, eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muita saudade minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:
-E o que saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não, tio? Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!
Um anjo passou por mim... Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.
Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.
Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna...casa. Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinaste, pela ajuda que me deste.

Que bom que existe saudades! O amor que ficou é eterno.