Pois bem! Depois de muito achar que meu pé não ia colaborar... eu consegui correr meus 10K "tranquilamente". Foi a primeira corrida organizada nesta cidade, que fica a 85Km de Franca/SP (onde moro) e uns 10Km de Ribeirão Preto/SP.
E no mesmo dia tinha a Corrida de São Cristóvão em Ribeirão Preto. Como é uma cidade bem maior que Jardinópolis, já apostava que não ia dar muita gente onde eu estava. Mas só não apostava que... as equipes de atletismo iriam deixar para participar em Jardinópolis.
Então... adivinhem o que aconteceu? Os corredores como eu, que vão para objetivos pessoais e não profissionais, foram para... Ribeirão Preto. E os que correm por profissão, foram para onde eu estava toda alegre e contente!
Não preciso dizer que completei em terceiro lugar, né????? ... De trás pra frente! Sim! Depois de mim, chegaram apenas duas pessoas!
Isso não me desanimou, pois consegui dentro do que era meu objetivo. A minha meta era: completar em, no máximo, 1h10min. E eu completei!
Esta ao meu lado é a tia do meu marido que mora nessa cidade. Eles estavam me esperando e quando me viu chegando, cruzou comigo. hehehe
Agora... vamos falar do que aconteceu!
No início, perguntei se teria hidratação e me informaram que teriam 3 postos, nos km 3, 5 e 8. Então pensei: "Consigo chegar até os 3K então, não vou levar água". Ótimo!
Gostei que eles começaram praticamente em ponto: estava marcado para as 9h e a largada se deu às 9h10. E ainda avisaram que esperaram estes minutos por um pessoal que ainda não tinham chego. Mas... dentro do horário!
Estava muito calor e o percurso era INTEIRINHO de suaves subidas e descidas. Mas aquelas subidas constantes, que apesar de suaves, acabam com a gente. Tudo bem!
- A sinalização do percurso estava super fraca no asfalto e tinha trechos que não tinha sinalização nenhuma. Não havia ninguém no percurso pra indicar o caminho.
- Quando cheguei no Km 3 e pedi água a pessoa que estava lá não me deu. Disse que tinha acabado e que era pra eu seguir que logo eles me dariam. Cruzei o Km5 e não tinha água! Aí, já entrei em desespero. Porque além do sol escaldante, a cidade não venta e é um forno. Então, eu já estava me sentindo super desidratada. A boca seca e parecia que eu não tinha mais forças. Passei por uma perua da prefeitura e pedi pra ele, que me arrumou UM daqueles saquinhos pequenininhos de água. (Antes isso do que nada). Minha sorte foi que minha prima tinha ido pro meio do percurso pra tirar fotos. Aí eu já pedi água e eles me arrumaram. Foi a minha salvação e de outro cara que também tinha ficado sem e eu, apesar de estar com sede, dei metade da garrafinha (se alguém me ajudou, devia isso à ele, como atleta e esportista. Senão, nao tem sentido o que fazemos. Solidariedade faz parte da prova.).
- Como a maioria eram atletas profissinais... acredito que quase todos terminaram antes do 45min. Então, tiraram toda a sinalização das ruas, abriram pra passagem de carros e tal. Como se a prova tivesse acabado. Conclusão: eu e mais uns 8 corremos desviando dos carros e correndo o risco de sermos atropelados!
- Pra completar, quando cruzei a linha de chegada, eles já iam desmontar todo o arco de passagem, parar a cronometragem. Só não pararam porque o marido da minha prima chegou e disse que ainda tinha gente pra cruzar (não só eu, mas os outros que passaram depois).
Então, achei desorganizado neste sentido.
Pra quem está acostumado a correr, sabe que não fiz um tempo ruim, principalmente por ter começado a correr os 10K agora. Claro! Como profissional, foi um tempo péssimo. Mas quem disse que este é o meu (e acho que o nosso, que corremos por prazer) objetivo?
Como em tudo que a gente faz tem as coisas boas e ruins, as engraçadas e as drásticas... eu não podia passar por essa sem uma "vergonha" básica!
Estava perto da largada com todo o pessoal comigo (como a largada era a um quarteirão da casa da minha tia, todos foram lá pra me ver e torcer por mim), quando a Maria Zeferina estava aquecendo e passou para ir até a largada. Aí, a tia Nina chama ela e diz: "Olha Zeferina, esta aqui é minha sobrinha! Leva ela com você e cuida dela pra mim durante a prova, hein?"
Precisa dizer que eu fiquei MORRENDO de vergonha?
E o pior (que foi só pra aumentar minha vergonha, mas melhor por ver o quanto esta mulher é humilde), ela veio, me abraçou e disse: "Que legal! Pode deixar que ela vai comigo sim. Vem, vamos pra largada!" e me levou com ela, depois de tirar essa foto. E ainda: no meio do percurso (eu devia estar próximo do Km3 e ela estava lá pelo Km5), quando cruzamos, ela me olhou, lembrou e ainda gritou: "Força! Não desiste! Você consegue vencer!". E mais: quando ela cruzou a linha de chegada e viu todos lá me esperando, ela chegou neles e disse: "Cruzei com ela. Ela está bem e vai completar a prova. Parabéns!". Acreditam?
Fiquei sim com muita vergonha. Mas muito orgulhosa por ver que existem pessoas humildes e atenciosas como esta mulher. Como eu disse no início: solidariedade faz parte do espírito esportivo. Se estamos ali, acredito que, mais do que vencer nossos desafios pessoais, é podermos ser pessoas melhores. E esta mulher mostrou que busca isso a cada dia!
Pra finalizar... este é o pessoal que foi comigo. A família do meu marido. Minha mãe não foi porque eu ia passar o dia todo fora: ainda tinha um aniversário em outra cidade pra ir, no mesmo dia.
Foi muito bom, apesar de todos os contratempos.
Estou muito feliz!
Obrigada a todos que passam por aqui sempre e deixam suas palavras de força e solidariedade!
Beijo
