terça-feira, 16 de março de 2010

Política é mesmo uma coisa NOJENTA

Não sou política, nem a favor e nem contra ela. Aliás... seria a favor se as pessoas soubessem usá-la para fazer o bem! Mas não... acredito que são todos sociopatas e estão em tais posições apenas para usá-la para o mal, prejudicando cada vez mais milhões de pessoas e não apenas seu pequeno e medíocre mundinho...
E olha que moro numa cidade do interior, com pouco mais de 330.000 habitantes, hein?
Por motivos meramente POLÍTICOS e que não é possível de compreender... pessoas vêm acusando a Santa Casa da cidade, principal hospital público aqui e que há anos vem lutando contra denúncias para provar que pode oferecer um atendimento bom à cidade.
Tem um jornal aqui bastante... sensacionalista, digamos. Ele é sim o mais lido na cidade: tem apenas dois e o concorrente não oferece qualidade nenhuma, nem de impressão, nem de conteúdo, vendas, distribuição, organização nem nada. Sendo assim, digamos que o tal seja o único jornal impresso e diário da cidade!
E o dono, diga-se de passagem, bastante político e interesseiro: paguem-me e não falo nada.
Me poupem! Trabalho com comunicação também há dez anos! Sou completamente contra isso! Temos que falar aquilo que ajuda a população, esclarece, soma. Jamais usar os meios de comunicação para prejudicar, causar pânico, medo e insegurança.
Vejo o meio de comunicação como algo mais sério do que temos consciência pois podemos construir e destruir cidades inteiras com palavras...
O pânico foi instaurado! POr política, assunto de mais de seis meses atrás da área de saúde está sendo levantado agora, que já está estabilizado há mais de três meses.
Copio abaixo a opinião "política" do diretor de tal jornal impresso da cidade!!!!

Gazetilha
Domingo, 14 de março de 2010

O silêncio que mata inocentes
A Santa Casa, quando acuada, se fecha. 
Transforma escritórios em claustros, gestores em \
A Santa Casa, quando acuada, se fecha. Transforma escritórios em claustros, gestores em \"anônimos\" e números em segredo de Estado.
"Quando você precisa tomar uma decisão e não a
toma, está a tomar a decisão de não fazer nada"
William James, psicólogo e filósofo americano


Alguma coisa muito grave acontece neste instante dentro das paredes da centenária Santa Casa de Franca. Exatamente o que, muito pouca gente sabe. O que foi possível descobrir, num esforço de reportagem que reuniu cinco profissionais liderados pela experiente editora Priscilla Sales, está registrado nas edições de ontem e hoje do Comércio da Franca.

Uma bactéria, de nome Klebsiella, contaminou parte significativa da maternidade da Santa Casa a partir do final de 2008. Permaneceu instalada dentro do hospital, sem ser debelada, durante todo o ano de 2009. Infectou quase uma centena de bebês com menos de doze meses. Matou algumas dezenas deles, vítimas de "infecção hospitalar". Nenhuma das mães dos recém-nascidos infectados foi informada adequadamente do que se tratava. Equipes das secretarias Estadual e Municipal de Saúde, além da DRS 8 (Diretoria Regional de Saúde), trabalham dentro do hospital, neste instante, em busca de explicações para o que houve e de alternativas para enfrentar o problema. Apesar dos esforços, a bactéria continua instalada na Santa Casa. Pelo menos quatro novos casos foram registrados nos últimos dias. Felizmente, sem nenhuma morte.

O quadro verificado na Santa Casa se assemelha a um surto que, aparentemente, passou despercebido aos dirigentes da instituição. Os casos só foram descobertos a partir da estranheza provocada pelo grande número de mortes de recém-nascidos informados pela Santa Casa à secretaria Estadual de Saúde. O balanço de 2009 destoava fortemente da série histórica de ocorrências do tipo. No ano passado, o número de bebês mortos na Santa Casa foi superior ao total de bebês mortos no conjunto dos três hospitais da cidade no ano anterior. O mesmo vale para a comparação com 2007. O desvio estatístico de 2009 ignorado pelos gestores da Santa Casa não passou despercebido pelas autoridades estaduais de saúde que, assustadas, determinaram imediata fiscalização nas rotinas e procedimentos do hospital.

Por enquanto, é prematuro falar em responsabilidades ou culpados. Equipes formadas por profissionais qualificados - e independentes - se dedicam, neste momento, a uma análise criteriosa do que houve nas dependências da Santa Casa e Franca. Só após a conclusão deste trabalho, que deve durar ainda alguns dias, é que as mães destas 43 crianças mortas, de outras dezenas infectadas e a sociedade civil de modo geral terão elementos para discutir de quem foi a culpa. E procurar - obviamente, se forem aplicáveis - as reparações possíveis.

Mesmo assim, a prudente espera pela conclusão definitiva das investigações antes que se parta em busca dos responsáveis não justifica, nem de longe, o maldito silêncio mais uma vez auto-aplicado pela instituição. Não é de agora que a Santa Casa de Franca, quando acuada, se fecha. Transforma seus escritórios em claustros, seus gestores em anônimos protegidos pela alcunha "instituição" e os números envolvidos no escândalo da vez em segredos de Estado.

Desde a noite desta última sexta-feira equipes do Comércio têm procurado, incessantemente, contatar os principais dirigentes da Santa Casa. Ninguém atende, nenhum dirigente aparece para dar qualquer explicação. Apenas sua assessoria de comunicação recebe os pedidos de entrevistas e informações, mas pouco ajuda. Simplesmente não há retorno. Nem mesmo as 11 perguntas encaminhadas por escrito para a assessoria de comunicação da Santa Casa receberam qualquer resposta.

A única manifestação da entidade até agora aconteceu através de uma "Nota à População de Franca e Região" encaminhada pela instituição, no meio da tarde de sábado, a dezenas de veículos de imprensa. A longa nota, recheada de autoelogios e ridículas insinuações contra o jornal, não é assinada por ninguém. Suas 540 palavras, distribuídas ao longo de mais de 60 linhas de texto, conseguem o feito de não dizer coisa alguma.

O texto da tal "Nota" rejeita e condena a matéria publicada pelo Comércio, apesar de admitir que existem casos de morte na Santa Casa em decorrência da bactéria Klebsiella. Diz que o número de 43 mortes é mentiroso, mas não informa quantos foram os bebês com menos de um ano que acabaram morrendo vítimas de infecção hospitalar dentro da Santa Casa. Para piorar tudo, usa argumentos que nada têm a ver com o possível surto de Klebsiella em 2009 para tentar se justificar. Por exemplo, invoca um trabalho que teria sido feito pelo Ministério Público em parceria com o Conselho Regional de Medicina que isentaria a Santa Casa de quaisquer irregularidades no controle de infecções hospitalares. O tal estudo foi divulgado em abril de 2009. Assim, obviamente, é baseado em dados anteriores a esta data, muito possivelmente relativos a 2008. O problema é que o surto aconteceu durante 2009.

Há bem mais de onze questões que deveriam ser respondidas pela Santa Casa. Ainda assim, me daria satisfeito, neste instante, se a Santa Casa tivesse a decência de responder, objetivamente, a apenas cinco questões: Quantos bebês com menos de um ano morreram ao longo de 2009 na Santa Casa de Franca? Quantos casos de infecção pela bactéria Klebsiella foram registrados pelo hospital em 2009, 2008 e 2007? Quem era o responsável clínico pela maternidade em 2009? Por que a Santa Casa não convocou a imprensa e informou a população sobre o que acontecia assim que decidiu notificar as autoridades de saúde? Se não é nada grave, por que a bactéria resiste e continua infectando crianças?

Ao contrário do que diz a "Nota", não é a matéria publicada pelo Comércio que gera pânico. O pavor de todos vem do silêncio adotado pela instituição. A dúvida e a incerteza sobre a extensão e gravidade do surto aliadas à demora na adoção de medidas paliativas é o que gera em todos medo e insegurança. E nas mães que enterraram seus filhos tratados na maternidade da Santa Casa de Franca em 2009, doses mais do que compreensíveis de tristeza e revolta. Falem, senhores dirigentes da Santa Casa de Franca, com clareza e honestidade. Neste instante, é o que de melhor os senhores podem fazer. Suas palavras - e ações - podem salvar outras vidas e acalmar almas sofridas de mães atormentadas. O silêncio não protege - e nem ajuda - ninguém.

CORRÊA NEVES JÚNIOR
é diretor-responsável do Comércio da Franca

Um comentário:

  1. NOTA À POPULAÇÃO DE FRANCA E REGIÃO
    A Santa Casa de Franca, seguindo sua linha de conduta ética, transparente e de total respeito à população da cidade e outras 21 da região atendidas pela instituição, não permanecerá omissa diante da grave acusação de que “infecção hospitalar mata dezenas de crianças na Santa Casa”, feita pelo Comércio da Franca, em sua edição de sábado, dia 13 de março. Diante do que foi pontuado nos textos do referido jornal, a Santa Casa informa que: - Os números divulgados pela matéria não são verdadeiros no tocante ao número de mortes por infecção hospitalar no hospital em 2009; no número de mortes causadas por infecção pela bactéria citada; no número de óbitos ocorridos no ano passado e outros mais. Enfim, são dados obtidos não se sabe com que fontes, mas totalmente diferentes da realidade. Os números corretos são de conhecimento das autoridades de saúde e sanitárias, tanto estaduais como municipais. - A Santa Casa gostaria de deixar claro que não compactua da divulgação por “fontes sigilosas” ou por veículos de comunicação de dados incorretos – seja intencionalmente ou por imprudência – que podem causar pânico nas pessoas que necessitam da instituição, a maioria delas desprovida financeiramente. A instituição condena tal postura e a classifica como irresponsável e deixa claro que questionará, pelo bem da população, de todas as formas previstas por lei as atitudes com tal perfil. Questiona, ainda, a quem interessaria a divulgação de dados inverídicos. - Houve óbitos causados por infecção por klebsiella em 2009, como pode ocorrer com qualquer hospital que ofereça atendimento de alta complexidade, mas em uma proporção muito menor que a divulgada pelo jornal. A instituição tomou todas as medidas pertinentes e protocolares e tem obtido êxito. Tanto que é importante citar que, desde o início do ano corrente, não houve uma morte sequer causada pela bactéria klebsiella. Ao contrário do quadro de pânico sugerido pela matéria. - A Maternidade da Santa Casa de Franca acaba de ser apontada pela Secretaria Estadual de Saúde como a 19ª melhor de todo o Estado de São Paulo, sendo a primeira colocada entre as maternidades de todas as santas casas. A avaliação e a escolha foram feitas pela própria população. - A Santa Casa foi avaliada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, em abril de 2009, em trabalho conjunto com o Ministério Público do Estado de São Paulo, e foi classificada como o ÚNICO hospital de Franca e ÚNICO da região de Ribeirão Preto, incluindo-se aí os particulares, que não apresentou qualquer irregularidade em relação ao controle de infecção hospitalar. - A Santa Casa de Franca mantém em atividade uma CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), que avalia e exige que todas as práticas de assepsia impostas pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde sejam executadas. O hospital cumpre rigorosamente com todas as normas de conduta necessárias ao seu funcionamento. - A Santa Casa de Franca não omite informações para as autoridades de saúde e sanitárias, tanto do Estado quanto do Município, pois a instituição não tem o objetivo de manipular dados ou pessoas, mas sim de atender bem e com eficiência a população, missão que tem cumprido há nada modestos 112 anos. - A Santa Casa continua de portas abertas para atender a todos que dela necessitarem com toda a eficácia, competência e disponibilidade de sempre. Assessoria de Comunicação
    Complexo Hospitalar Santa Casa

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